
Por Ingreson Derze
O deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL-PB) criticou duramente a aprovação da criação de 160 novos cargos comissionados no Supremo Tribunal Federal (STF), aprovada na madrugada desta quarta-feira (9) pela Câmara dos Deputados. A proposta foi aprovada por 209 votos a 165. Entre os parlamentares paraibanos, Cabo Gilberto foi um dos dois que votaram contra.
Em entrevista, o parlamentar acusou o STF de ser o “algoz da Constituição” e classificou como “inadmissível” o aumento de gastos com o tribunal, que ele chamou de “o mais caro do planeta”.
“Eu votei contra ontem, e fui um dos parlamentares que votou contra essa matéria da criação de novos cargos comissionados na Suprema Corte, que já é a mais cara do planeta. Para se ter uma ideia, o STF brasileiro consome mais, gasta mais aos cofres públicos do que a família real britânica”, declarou.
Cabo Gilberto disse que, se o STF limitasse suas ações ao que está previsto na Constituição, poderia funcionar com uma estrutura muito menor. “Se o STF cumprisse só o que a Constituição determina, elencada de forma clara no artigo 102 da Carta Magna, podia reduzir em 10 vezes que dava tranquilamente”, afirmou.
O deputado também criticou o que considera uma invasão de competências: “Hoje o STF quer fazer o papel do Legislativo e do Executivo. A situação no Brasil é muito drástica”, disse, pontuando, no entanto, que não é contra os poderes da República. “Eu defendo os três poderes, agora a gente não pode ficar calado com o que vem ocorrendo”, completou.
Segundo Cabo Gilberto, a ampliação de cargos no STF representa um “prêmio” ao que ele considera um tribunal que desrespeita a Constituição: “Estão querendo aumentar os cargos desse algoz da Constituição. Eu fui totalmente contrário, fiquei até quase meia-noite ontem votando, trabalhando, mas infelizmente perdemos por 44 votos.”
A proposta, que ainda deve passar pelo Senado, prevê gastos de R$ 7,8 milhões anuais para as novas funções, todas para os gabinetes dos ministros.