
O advogado e empresário Rui Galdino, arrematante do Hotel Tambaú, concedeu entrevista detalhada sobre os rumos do processo judicial envolvendo o maior símbolo turístico da Paraíba. Há cinco anos na disputa, desde o leilão de 2020, ele afirma ser vítima de um “embate político e empresarial poderoso” contra a posse legítima do empreendimento.
Rui venceu o leilão do hotel em outubro de 2020, quando cinco grupos disputavam a compra. Segundo ele, três desistiram logo no início e a fase final ficou entre apenas dois concorrentes, o grupo Gaspar e ele. A arrematação saiu por R$ 42 milhões, valor que Rui fez questão de pagar à vista, apesar de o edital permitir parcelamento em 12 vezes.
Ele explica que toda a compra foi feita “de boa-fé, dentro da lei e quitada integralmente”, com carta de arrematação emitida e posse consolidada. O processo, porém, tomou outro rumo após o grupo derrotado na disputa tentar voltar atrás.
“Arrematei de boa-fé, quitei o hotel, está tudo pago, estou na posse há mais de cinco anos. Mas existe um processo político e empresarial poderosíssimo por trás disso, tentando tomar o hotel de um paraibano. Santa de casa não faz milagre”, disse.
Rui relata que venceu todas as etapas no Rio de Janeiro, onde o processo tramita, até que recentemente houve uma reviravolta no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu uma decisão favorável ao grupo concorrente, decisão que, segundo ele, “não tem explicação”.
“Eles desistiram do leilão. Não poderiam ter voltado. Mas no Brasil tudo é possível. E conseguiram uma vitória que até hoje não entendo como”, afirmou.
Diante da reviravolta no STJ, Rui prepara agora um recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando violação ao direito de propriedade. Ele acredita que o desfecho deve ocorrer ainda em 2025.
“Vamos ao Supremo porque é uma questão constitucional. E acredito que este ano teremos novidades. Não tem como o mal vencer o bem, o errado vencer o certo”, declarou.
Estado do hotel: “Não está deteriorado”
Rui rebate críticas de que o empreendimento estaria abandonado. “O Hotel Tambaú não está deteriorado, como alguns dizem até de maneira sacana. Ele está preservado, com vigilância 24 horas, equipe de limpeza e manutenção interna. O que não podemos fazer é reformar, porque a pendência jurídica impede alvarás e obras.”
Quando o hotel poderia reabrir?
Segundo o arrematante, o Tambaú necessita de uma reforma estrutural estimada em R$ 50 milhões, com prazo médio de um ano para conclusão.
“Se a vitória sair agora no fim do ano e tudo se encaminhar, acredito que o Réveillon de 2026 para 2027 já poderia ser celebrado com o hotel reaberto.”
Rui encerrou dizendo que continuará “lutando até o fim” para garantir que o hotel siga pertencendo a um grupo paraibano como foi no leilão de 2020.



