
Por Ingreson Derze
O Ministério Público Estadual (MPE) da Paraíba pode ser provocado a investigar a prefeita de Cajazeiras, Corrinha Delfino (Progressistas), por suposta ligação com o influenciador Hytalo Santos, preso nesta sexta-feira (15) em São Paulo, acusado de exploração e exposição sexual de menores.
O que diz o Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar de Cajazeiras afirma que enfrenta dificuldades para atuar no caso envolvendo Hytalo. A conselheira Socorro Pires declarou que, mesmo após notificações anteriores, não há consenso entre responsáveis das vítimas para interromper a participação delas nos conteúdos do influenciador.
“Não tem como a gente fazer alguma coisa. Já notificamos ele no passado. Os pais desses adolescentes, segundo informações que temos, todos autorizam que fiquem na casa dele”, afirmou.
Denúncias eleitorais
Duas mulheres denunciaram que, durante a campanha eleitoral do ano passado, Hytalo pediu votos para Corrinha Delfino em troca de empregos na Prefeitura de Cajazeiras. Segundo elas, o influenciador prometeu 15 vagas na gestão municipal, com salário de R$ 1.500, caso a candidata fosse eleita.
As denunciantes — que pediram anonimato — afirmam que participaram de reuniões em que Hytalo garantiu que os empregos seriam entregues como recompensa pelo trabalho político durante a campanha. Após a vitória da prefeita, as vagas não foram concedidas.
Relações públicas e apoio político
A relação entre Hytalo e autoridades de Cajazeiras não se limita à campanha eleitoral. O influenciador patrocinou o Carnaval de 2023 e 2024 na cidade, recebeu uma “chave de ouro” do então prefeito Zé Aldemir e, no ano passado, foi homenageado com um voto de aplauso na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) por iniciativa do deputado estadual Júnior Araújo.
Com as novas prisões e acusações contra Hytalo, cresce a pressão para que o MPE investigue possíveis vínculos políticos e eventuais favorecimentos.



