
Por Ingreson derze
Pacientes renais crônicos atendidos na clínica de hemodiálise do Hospital Antônio Targino, em Campina Grande, estão sofrendo com a falta de insumos, redução no tempo de tratamento e ausência de profissionais, segundo denúncia feita por Carlos Roberto da Silva, presidente da Associação dos Pacientes Renais e Transplantados da Paraíba.
O hospital, embora seja privado, recebe recursos da Prefeitura de Campina Grande, via SUS, para prestar o serviço essencial de hemodiálise. No entanto, de acordo com o presidente da associação, os repasses estariam atrasados, o que compromete diretamente a aquisição de materiais e o pagamento de médicos e enfermeiros, além de impedir o tratamento de 170 pacientes.
“Os pacientes estão fazendo sessões reduzidas, com tempo inferior ao recomendado. Há dias em que o tratamento dura apenas duas horas, quando o correto seriam três a quatro horas. Isso não elimina as toxinas do corpo, e o paciente sai da máquina do mesmo jeito que entrou”, afirma Carlos Roberto.
Além disso, a clínica estaria funcionando sem médico nefrologista presente, o que fere diretamente normas do Ministério da Saúde. Também há relatos da falta de enfermeiros e técnicos em número adequado, o que representa risco grave em caso de emergência durante as sessões.
Carlos relata que há pelo menos 15 dias conversou com a direção do hospital, alertando sobre os riscos para os pacientes, mas nenhuma providência foi tomada até o momento. “A situação se repete, e o risco de morte é real”, denuncia.
Ainda segundo o presidente da associação, insumos básicos para o tratamento estão sendo emprestados de outras clínicas, o que mostra o colapso no funcionamento da unidade.
“O diretor do hospital confirmou a crise e atribuiu o problema à falta de repasses por parte da Secretaria Municipal de Saúde. Ele afirmou que o hospital está sem recursos para comprar os insumos e pagar os profissionais. Quando questionado sobre soluções, sugeriu acionar o Ministério Público e a Secretaria de Saúde para intermediar uma resolução. Quando houver um óbito, de quem será a responsabilidade?”, questiona Carlos Roberto, pedindo urgência na resolução do problema.
O portal Parayba.com.br procurou a Prefeitura de Campina Grande, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. O hospital onde os pacientes foram registrados também não se manifestou oficialmente sobre o caso.