
O prefeito de Caaporã, Francisco Nazário de Oliveira, passou a ser alvo de apuração do Ministério Público da Paraíba (MPPB) após a divulgação de um vídeo que teria registrado a entrega de cerca de R$ 400 mil em espécie ao gestor, em circunstâncias que levantam suspeitas de caixa dois eleitoral e corrupção.
A denúncia foi veiculada na imprensa em 16 de setembro de 2025 e aponta que a suposta entrega ocorreu às vésperas da campanha eleitoral de 2024. O material sugere que, depois de assumir o cargo, o prefeito teria rescindido o contrato de coleta de resíduos e firmado um novo, sem licitação, no valor de R$ 3,2 milhões, com uma empresa indicada por um consultor financeiro. Esse mesmo consultor atualmente ocupa o cargo de secretário de Articulação Política do município.
Diante da gravidade das informações, a promotora eleitoral Érika Bueno Muzzi instaurou, no dia 17 de setembro, uma Notícia de Fato (NF) para coleta de informações preliminares. Entre as medidas, foi determinado que:
o veículo de imprensa responsável entregue o vídeo utilizado na reportagem;
a empresa contratada sem licitação seja notificada;
a Prefeitura de Caaporã apresente toda a documentação sobre o contrato;
o prefeito e o secretário de Articulação Política prestem esclarecimentos;
o Cartório Eleitoral apresente a prestação de contas da campanha de 2024.
O prazo inicial da Notícia de Fato é de 30 dias, prorrogável uma vez por até 90 dias. Caso as diligências confirmem indícios, o Ministério Público poderá avançar para a abertura de um Inquérito Civil ou outro procedimento investigatório.
A reportagem reforça que o caso pode envolver ilícitos eleitorais, como captação e gasto irregular de recursos, e crimes comuns, como corrupção passiva, fraude à licitação e peculato.



