
O Ministério Público Eleitoral protocolou na última quarta-feira (11) uma representação pedindo a cassação da diplomação e a declaração de inelegibilidade do prefeito de Cabedelo, André Coutinho (Avante), da vice-prefeita Camila Holanda (PP), do vereador Márcio Alexandre (União Brasil) e da servidora municipal Flávia Santos Lima Monteiro. O órgão também requereu aplicação de multa aos três primeiros, em ação assinada pelo promotor Guilherme Barros Soares, da 57ª Zona Eleitoral. A informação foi divulgada em primeira mão pelo jornalista Murilo Júnior.
Segundo a denúncia, há indícios robustos de abuso de poder político e econômico durante as eleições municipais. Entre as provas colhidas – extraídas em operações da Polícia Federal e do Gaeco denominadas “En Passant 1” e “2” – estão registros de transferências via Pix, imagens de santinhos, comprovantes de votação e listas com dados de eleitores, encontrados em celulares e pendrives apreendidos.
As investigações apontam que os envolvidos teriam estabelecido uma rede para influenciar o pleito, recorrendo inclusive à oferta de cargos comissionados e vantagens em troca de apoio. O vereador Márcio Alexandre é apontado como principal beneficiário dessas negociações. Uma reunião na casa de Márcio, com a presença de André Coutinho e Flávia Monteiro, foi registrada em fotografias que compõem o conjunto probatório.
Dados contidos no celular de Flávia incluem 42 fotos de comprovantes de votação, além de registros financeiros indicando supostos pagamentos a eleitores — reforçando a acusação de que o grupo teria agido de forma coordenada e ilegal.
O Ministério Público argumenta que tais condutas violam diretamente as bases da legislação eleitoral, comprometendo a legitimidade do resultado das urnas. Pela participação ativa ou conivente nos atos ilícitos, os acusados estariam sujeitos às penalidades previstas em lei.
De forma contrastante, o ex-prefeito Vitor Hugo Peixoto Castelliano recebeu pedido de absolvição. O MPE afirma não haver provas suficientes que indiquem seu envolvimento ou benefício nas supostas contratações irregulares investigadas.