
A gestão anterior do Aeroclube da Paraíba, comandada pelo ex-presidente Alberto Gomes Batista, conhecido como “Esquerdinha”, é acusada de protagonizar um dos maiores escândalos administrativos da história do clube.
De acordo com relatório técnico do DER de Pernambuco, houve um desvio monumental na obra da nova pista de pouso do Aeroclube: mais de 18 mil toneladas de asfalto simplesmente desapareceram entre o que foi pago e o que realmente foi aplicado. O prejuízo estimado ultrapassa R$ 14 milhões.
O documento revela que o atestado emitido em nome da empresa FCK Engenharia e Locações de Máquinas Ltda informava a execução de 20.760 toneladas de CBUQ (asfalto quente), mas a vistoria técnica concluiu que o volume aplicado não passou de 2.430 toneladas. A espessura da pista aferida é de apenas 5 cm (2 cm de TSD + 3 cm de CBUQ), muito distante dos quantitativos declarados.
O DER foi categórico: houve indícios robustos de falsidade ideológica, ausência de documentos comprobatórios e até mesmo a inexistência de macadame hidráulico, que constava como pago.
Além do suposto superfaturamento milionário, a atual diretoria do Aeroclube afirma ter encontrado outras irregularidades graves na gestão passada. Por isso, uma Assembleia marcada para a próxima segunda-feira pode decidir pela expulsão de Esquerdinha e mais três sócios envolvidos.
Tentando evitar a punição, o ex-presidente já ingressou na Justiça pedindo o cancelamento da Assembleia. Até o momento, não houve decisão judicial.
O caso deve agora ser analisado também pelo Ministério Público, CREA-PB e demais órgãos de controle, já que o relatório recomenda a comunicação às autoridades competentes.
As denúncias colocam em xeque a gestão anterior e jogam o Aeroclube da Paraíba no centro de um escândalo que pode virar caso de polícia e Justiça.